de FORMação: Arquiteto; de GUSTação: Artista Plástico; de MOVIMENTação: Ecodesigner.

Doutor em Artes, Mestre em Educação e formado em Arquitetura e Urbanismo de olho nas Artes e de um fazer no Ecodesign.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Performar em SURUCUTAIA

Festa promovida pelo CENTRO CULTURAL MARACUTAIA, Ribeirão Preto, 07/09/2025

Foi uma noite festiva e a casa deu lotação máxima, com uma fila em sua entrada com muitas pessoas que acabaram não podendo entrar para tal festinha.

Polêmica festinha, com alguns comentários no convite do Instagram ( https://www.instagram.com/maracutaiacultural/ ), destilaram seus pós comentários, desiludidos por não encontrarem, tamanha expectativa por uma 'grand bufe' tipo Sodoma e Gomorra, para tais olhos desatentos na empatia e voltados somente aos seus espelhos negros (aos celulares) deixando escapar, uma rica fauna presente na festinha que foi brilhante em diversidade e real suruba de gente diversa!

Parabéns aos queridos organizadores Xapa e Ariel que mais uma vez nos abriram as suas brilhantes maracutaias e com toda luta entre Santos e Demônios presentes em tal encontro, que fizeram apagar o som 10 minutos antes de darmos inicio a tal festinha, mas que nada que um São Longuinho não desfizesse e tudo voltasse ao seu estado normal. Somente seguimos evocando a tal santo o aparecer a cabeça de seu santo falo e uma bandeira que algum duende jocoso e maldoso fez desaparecer, mas que o dito santo está a busca e pedido para devolver ao seu lugar sagrado.

Para tal ocasião, surge uma inspiração imediata diante de tal oportuna SURUCUTAIA, um rever em (re)úso algumas de minhas últimas performances desenvolvidas em meus estudos de doutorado para a ECA-USP. Três momentos: a minha qualificação, a minha defesa do doutorado e uma aula para minha orientadora Profa. Dra. Chris Rizzi, para seus alunos do curso de graduação das Artes Visuais. O desafio foi focar no tema sobre amor, sexo, prazer, relacionar, empatia...

Unidos os trabalhos em um vídeo para condução no tempo e reflexão por imagens, três personagens: 

- O PASSADO ser quadrupede, coberto por sua capa de sacos de lixo, uma cabeça e braços que tocam o chão feitos em durex e abaixo um velho casaco de pele de cordeiro preto, recoberto por camisinhas, recheadas por páginas de revistas pornô gay dos anos 80 e dentro um pirulito sabor morango,  que a dita figura, caminhando entre o povo da festa, distribuía dizendo: "chupa meu pirulito"! Detalhe tal figura tinha um aspecto monstruoso, como dizia a letra do samba enredo da Beija Flor de 2018: "Um monstro carente de amor e de ternura"; criado para o enredo daquele ano que foi: "Monstro é aquele que não sabe amar." Preparo para esta abertura uma mixagem entre uma missa Criolla de Ariel Ramirez interpretada por José Carreras e o comentado samba da beija flor. Anexo o vídeo, montado por mim, e colhidas as imagens pelas queridas Lara Magalhães de Farias e Leticia Amélia Maciel de Oliveira 
( https://www.instagram.com/cenasindependentes?igsh=ZGNjOWZkYTE3MQ%3D%3D ), de tal abertura, na sequência e deixarei para mais adiante trazer mais imagens que ainda estão sendo trabalhadas por elas. Desfrutem: do personagem O PASSADO, que nos próximos capítulos virão O FUTURO e O PRESENTE.



 


 






 

sábado, 15 de fevereiro de 2025

a flor do buriti

 Hoje acordei pensando em dois queridos amigos Lu Pulici e Joseph Piris, atualmente vivem na Itália em uma pequena cidade chamada Pennabilli, e assim tive a oportunidade de conectar-me por chamada de vídeo e matar um pouco das saudades... como sempre conversamos de cinema pois eles possuem uma produtora e trabalham na área...e Tete como chamamos ao Joseph, sugere o filme A Flor de Buriti, colocam na sinopse do filme: 

Em 1940, duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um brutal massacre, perpetrado pelos fazendeiros da região. Em 1969, os filhos dos sobreviventes são coagidos a integrar uma unidade militar, durante a Ditadura brasileira. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô continuam a caminhar sobre a sua terra sangrada, reinventando a cada dia infinitas formas de resistência.  

Um belo filme que acabo de assistir, uma bela oportunidade de ver a vida dentro de uma tribo dos Krahôs, e curiosamente dirigida por João Salaviza e Renée Nader Messora, ele um novo e promissor diretor português e ela uma chilena que mantem um contato muito próximo da tribo, e se sensibilizam e trazem esta bela história protagonizada pelos próprios indígenas. 

desfrutem:

https://www.youtube.com/watch?v=u6rJG8E6gtg&t=6003s









domingo, 5 de janeiro de 2025

NOSFERATU ou melhor: "NÓS fera TU"?





Nosferatu,

Um filme do diretor Robert Eggers (filmes como A Bruxa - 2015 e O Farol - 2019), com história baseada no conto de Drácula, de Bram Sotcker (1897) relança seu olhar sobre um clássico do cinema em sua primeira versão dirigida por F.W. Murnau de 1922. Com um elenco que inclui: Nicholas Hoult, Lily-Rose Depp, Aaron Taylor-Jonson, Willem Dafoe e Bill Skarsgârd

Uma bela história com muitas pitadas no texto que contemporiza um estar moderno sobre a visão do espirito na matéria, como na foto que anexo a esta reflexão, na qual vemos a atriz protagonista da história que encarna a personagem Ellen, uma jovem que traz uma angustia dentro de si, uma sombra maligna, uma vontade reprimida que se transforma em obsessão, evocação que sintoniza-se com o personagem do Conde Orlok, um espirito preso a trevas obsessivas que a toma como meta de possessão, mais uma vítima de suas macabras ansiedades. Um belo jogo de metáforas da não compreensão da real matéria de luz, que supera toda mazela da ilusão das sombras e diante de uma sociedade repressora ela se torna fato e oportuno exercício de libertação do amor diante das ilusões criadas pela matéria.

Destaques: a cerimônia dos Romani, pejorativamente chamados de ciganos; logo para um rabino mulher espécie de sacerdotisa que protege o noivo da protagonista contra o vampiro e para o personagem do ator Willem Dafoe, que interpreta o caçador de vampiros, o Professor Albin Eberhart Von Franz que foi expulso da academia por ser um cientista que retoma o ocultismo, o misticismo, o hermetismo como fontes bases de sua pesquisa, atento ao período em que a sociedade europeia mergulha nos estudos sobre a energia e a matéria, enfim que lançam as bases para o movimento moderno; ele conduz diálogos, de extrema riqueza, com a personagem principal sobre as verdades obscuras, diante de tamanho mau, que se abre dentro da própria personagem e na qual ele coloca como solução no embate do bem contra o mau, que só poderá ser travado dentro da própria personagem que acaba se entregando em tal sacrifício, no qual, no plano final do filme, o sol que entra e escancara as trevas diante do derramar o sangue e o vislumbre da bela Ellen e o Conde Orlok, na figura de um corpo monstruoso; mortos os dois encaixados em coito na cama banhada de muito sangue. 

Machismo, sociedade preconceituosa e um universo feminino de muita servidão e rebaixamento, diante do masculino ilusório e reluzente a matéria da verdade pelo espirito no racionar o material de que se constitui, como um grito para recuperação do amor dissolvido no todo!

Mais que um refazer uma história, eu diria a oportuna lucidez no aportar tais metáforas em tempos atuais! 

Mais uma reflexão que deixo e sem nenhuma pretensão a não ser de registro de memória que passa diante da força da vida, aproveito e reflito em Hermes Trismegisto, personagem tão bem ilustrado e apresentado pela professora Lucia Helena Galvão diante da sua leitura no Caibalion. Ela nos comenta que ele nos deixa seus estudos na forma como todos os grandes mestres da antiguidade fizeram, através da narrativa que passa pelo exercício da prática comentada e observada de mestre para discípulo, como experiência passada, a práxis no cientifico poder pela consciência, na própria palavra COM-CIÊNCIA, um eterno vibrar para sintonizarmos todos e reproduzirmos o equilíbrio complexo, multiforme e de forma transversal das forças da natureza.

Talvez quem sabe um dia, por uma alameda do zoológico ela também chegara! Aproveito dos versos traduzidos e musicados por Caetano Veloso do poema O Amor de Maiakovisk (1893) para evocar a luz de nossa ciência se faça cada dia mais clara para iluminar o grande verdade contida na imensidão de nosso universo.

Tempos de Quarks de material energético nos faz questionar tempos de transformação que a Ciência, a Arte diante da humanidade se recupere para o salto ao nada ao vazio do todo! 

NÓS fera TU...