de FORMação: Arquiteto; de GUSTação: Artista Plástico; de MOVIMENTação: Ecodesigner.

Mestre em Educação e formado em Arquitetura e Urbanismo de olho nas Artes e de um fazer no Ecodesign.

terça-feira, 21 de maio de 2013

antimoda


uma visão para transformações....

Recebemos um convite do curso de moda do Centro Universitário Moura Lacerda para uma palestra workshop.


Para ocasião decidimos levar aos alunos um painel geral, com dados históricos sobre Arte, Design e Arquitetura partindo do que Thierry Kazazian coloca em seu livro ‘Haverá Idade das coisas Ligeiras – desenvolvimento sustentável’ - “um crescimento para todos, assegurando ao mesmo tempo a preservação dos recursos para as futuras gerações”.
Partindo com esta perspectiva e passeando por vários momentos de conquistas, acréscimos, perdas na relação homem e natureza e sua sobrevivência.
Desde a pré-história do vestir, abrigar, proteger....ao recente sobressalto na época das descobertas...



Estamos em Paris séc. XIX, época da emergência do capitalismo moderno e segundo Marx da universalização do fenômeno do fetichismo. Walter Benjamim observa como: “um torpor mítico se abateu sobre a Europa”...a coisificação o “sentir artificial”.


Para enfeitar o chapéu que completa o adereço das elegantes e as protege dos raios de sol, nenhum enfeite é bonito ou colorido demais. Para seguir a moda (nesta época como conceito ‘da maneira de’), os chapeleiros se entusiasmam com as penas púrpuras de reflexos ondulados da íbis, uma ave pernalta do vale do Nilo. Naturalmente, ignoram que esse pássaro pertence a uma cadeia alimentar que existe há muito tempo: a íbis se alimenta de pequenos répteis, cuja alimentação é composta por batráquios (anfíbios) que, por sua vez, comem gafanhotos.... Com a perseguição da íbis, cresce a população de répteis. Os répteis devoram as rãs, deixando os gafanhotos sem predador: os insetos vão destruir as culturas de cereais e espalhar a miséria entre os camponeses.”
Passando pelo seu atual estado enquanto tendência e consumo desenfreado e a Antimoda em sua utilização nos movimentos de contra cultura em propostas para refletir liberdade e inspirar criação.

Trago neste momento o relato de nossa participação em evento criado em Madrid e a convite do designer Marcio Abreu e a jornalista Vampirella para o Antimoda no qual participamos com nosso atelier Torre de Papel em exposição e complementos para o desfile.

Assim não somente um workshop, mas uma ação; na qual não pretendemos lançar o ‘Antimoda’ como um movimento contra a moda, senão, outra forma de criação com olhares e possibilidades de utilização de matérias dos mais surpreendentes e variados com os quais mantemos um contato direto como os que descartamos inconscientemente todos os dias em nossas casas, aquilo definido como Lixo, do latim Lix = Cinza, pensarmos nesta possibilidade com os tão aclamados 3Rs - Reduzir, Reutilizar e Reciclar, aos quais creio ainda ser tão necessários principalmente ligados a educação para cidadania.
Memória e construção serão os eixos que trabalhamos.
Memória para a criação de eco joias, assim numa costura como a velha colcha de retalhos, aquele retrato, aquela peça de nossas avós e até nos objetos que descartamos todos os dias...o qual realizaremos mais adiante aos alunos que participaram deste encontro.
Deixo os momentos em nossa palestra e a colagem painel de moda e alunas.